12 setembro 2010

Primeiro turno

Linda cidade, São Paulo, apesar dela mesma. É certo que Marina vai dar um jeito, embora eu desconfie de que vai ser um trabalho bem demorado. Os dias estão limpos, com o sol recortando os edifícios contra um céu quase azul. Terei tempo de ver ao menos um filme -quem sabe este A Origem, cujo personagem central tem a profissão que sempre desejei, espião de sonhos- ou exposição de arte ou os poemas de Pessoa no Museu da Língua ou qualquer uma dessas tantas coisas interessantes que acontecem num universo paralelo ao da campanha eleitoral?
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Por enquanto, assim: saudade e lembrança de um Acre quente e enfumaçado, imagens de um mundo orgânico ressecando antes de se decompor, um cansaço discreto e descansado, sonhos com sereias e monstros, calma no olho do furacão, mágicas no metrô, conversas civilizadas, canções na alma.
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Vejo minha Terra neste final de semana, em que vou cantar parabéns para D. Nenem no seu centésimo aniversário. Depois, de volta à selva de pedra.
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Em busca de um segundo turno.
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