tag:blogger.com,1999:blog-83040295989158339682024-03-14T03:13:36.746-04:00tempo algumdemudançasAntonio Alveshttp://www.blogger.com/profile/02963696256954210024noreply@blogger.comBlogger94125tag:blogger.com,1999:blog-8304029598915833968.post-65518544372668653782022-09-22T03:40:00.005-04:002022-09-22T17:53:48.746-04:00...<p><span style="font-family: georgia;"><span style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); font-size: x-large;">Por um fio</span></span></p><p><span style="font-family: georgia;"><span style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); font-size: x-large;"></span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><span style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); font-size: x-large;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgJJWWlRUTMDq9whTozXsoIVY43wh07oxKch4oiR4jbdcxRfERlJ55wxh2AWzsFDFga_s34tzpSWYrzsI0dMhtk1ZAQ-soGeg21how9l8BrJ5ElZUOEA529hCSxnojunVM7cP6gs94eKdL-FIDPTVzjaFyw5SaDNMoxVrnJN7V-K0AqUekV6C5jVLRF" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="328" data-original-width="2560" height="58" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgJJWWlRUTMDq9whTozXsoIVY43wh07oxKch4oiR4jbdcxRfERlJ55wxh2AWzsFDFga_s34tzpSWYrzsI0dMhtk1ZAQ-soGeg21how9l8BrJ5ElZUOEA529hCSxnojunVM7cP6gs94eKdL-FIDPTVzjaFyw5SaDNMoxVrnJN7V-K0AqUekV6C5jVLRF=w512-h58" width="512" /></a></span></span></div><span style="font-family: georgia;"><span style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); font-size: x-large;"><br /></span></span><p></p><p><span style="font-family: georgia;"><span style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); font-size: x-large;"><br /></span></span></p><p class="p2" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 13px;"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: georgia;">Passei umas semanas em São Paulo, dando uma forcinha na campanha da Marina Silva, que é candidata a deputada federal, para alegria de milhões de paulistas que sabem dar valor a quem tem mérito. Voltei a Rio Branco e encontrei uma situação deprimente, no auge das queimadas, com a fumaça escurecendo os dias e os pensamentos. A invasão num terreno do governo na estrada, perto da minha casa, prosperando com barracos sendo construídos já com os cartazes dos candidatos na campanha política colados nas paredes. Uma campanha eleitoral brega, sem assuntos relevantes além das velhas promessas e novas ofensas, numa terra sem governo e sem lei onde os pobres fazem o que podem e os ricos fazem o que querem.</span><span class="Apple-converted-space" style="font-family: georgia;"> </span></span></p><p class="p2" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 13px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span class="s1" style="font-kerning: none;"></span><br /></span></p><p class="p1" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span class="s1" style="font-kerning: none;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Se a “intenção” de votos nas pesquisas se realizar, a campanha termina logo, com o atual governador sendo reeleito no primeiro turno. Tem gente que duvida -e é realmente estranho- que o Petecão tenha 5 por cento. Também é inusitado que o Lula tenha 33 e o Jorge 25, oito pontos a menos, no Acre, onde sempre foi o inverso. Mas tudo isso é possível porque, pra quem conheceu, ó quão dessemelhante o Acre está de seu antigo estado!</span></span></p><p class="p2" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 13px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span class="s1" style="font-kerning: none;"></span><br /></span></p><p class="p1" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span class="s1" style="font-kerning: none;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Bem, se vai ter segundo turno, não sei, mas vou votar no Jorge de qualquer jeito. Nele aqui e em Lula lá. A última vez que isso aconteceu foi em 2002, há exatos 20 anos. Dá até a impressão de que voltamos no tempo. E bem que eles poderiam incluir, entre suas promessas de campanha, que me dariam de volta meus 45 anos de idade, caso eleitos. Mas até as promessas de campanha tem limites, bem sei. Vou votar assim mesmo.</span></span></p><p class="p2" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 13px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span class="s1" style="font-kerning: none;"></span><br /></span></p><p class="p1" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span class="s1" style="font-kerning: none;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">É claro que gostaria de ter Marina ou alguém que tivesse com ela alguma semelhança, mínima que fosse, disputando a Presidência. Na ausência dela, estive inclinado a votar no Ciro mas ele tropeçou no próprio ego e tornou-se inviável. Lula, com todos os seus conhecidos defeitos, é o que temos como alternativa ao integralismo que se espalhou no Brasil, ao mesmo tempo sintoma e agente patógeno de uma regressão civilizacional sem precedentes. E talvez tenha aprendido alguma coisa, a derrota e a prisão são muito didáticas. Afinal, temos que manter um fio de esperança na capacidade de regeneração da raça humana.</span></span></p><p class="p2" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 13px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span class="s1" style="font-kerning: none;"></span><br /></span></p><p class="p1" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span class="s1" style="font-kerning: none;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Guardadas as devidas diferenças, Jorge cumpre no Acre uma função semelhante. De todos os candidatos é o único que tem capacidade de fazer um governo minimamente funcional. Gladson é um rapaz muito simpático, mas não tem nem mesmo cacoete de governador. Os grupos que ocupam os cargos de direção do Estado não chegam a formar um governo. Aqui e acolá, em alguma secretaria, tem um resquício de qualidade técnica, raríssimos projetos, mas nem sombra de um planejamento ou estratégia. É apenas isso, um ajuntamento de agregados que preenchem os cargos disponíveis.</span></span></p><p class="p2" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 13px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span class="s1" style="font-kerning: none;"></span><br /></span></p><p class="p1" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span class="s1" style="font-kerning: none;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">No final das contas, tudo depende de um eleitorado que piorou muito em todos esses anos. O voto aumentou apenas o preço, a qualidade diminuiu drasticamente. E se não temos governo é simplesmente porque não temos sociedade. Nem povo. Salvo algumas comunidades, aqui e ali, somos apenas um ajuntamento de agregados ocupando espaço e fazendo rolo para sobreviver. E foi justamente a política -transformada num confronto de ressentimentos- que criou essa situação. Mais uma vez, é preciso fazer um grande esforço para ter esperanças na raça humana.</span></span></p><p class="p2" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 13px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span class="s1" style="font-kerning: none;"></span><br /></span></p><p class="p1" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span class="s1" style="font-kerning: none;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Tenho um fio, espero que não se rompa na tempestade.</span></span></p>Antonio Alveshttp://www.blogger.com/profile/02963696256954210024noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8304029598915833968.post-85089054693294659262022-09-06T11:40:00.002-04:002022-09-06T12:20:40.704-04:00!?<p><span style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family: georgia; font-size: large;">Mais embaixo</span></span></p><p class="p2" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span class="s1" style="font-kerning: none;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Escrevi um artigo, na semana passada, com o título “De quem é esse buraco?”, para questionar a omissão do poder público na invasão de um terreno do Estado na Estrada Irineu Serra e especular sobre o possível patrocínio político por trás da invasão. O artigo foi publicado em dois sites de notícia (<a href="http://acreaovivo.com"><span class="s2" style="font-kerning: none;">acreaovivo.com</span></a> e <a href="http://noticasdahora.com.br"><span class="s2" style="font-kerning: none;">noticasdahora.com.br</span></a>, agradeço aos editores de ambos), circulou em mensagens de whattsapp nos celulares de algumas dezenas de pessoas, incluindo as autoridades estaduais e municipais ligadas ao assunto e, obviamente, não gerou nenhuma resposta prática.<span class="Apple-converted-space"> </span></span></span></p><p class="p1" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 13px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span class="s1" style="font-kerning: none;"></span><br /></span></p><p class="p2" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span class="s1" style="font-kerning: none;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Eu poderia repetir a pergunta e insistir em saber de quem é, afinal, aquele buraco. Mas já sabemos que o terreno é do Estado e quem teria a responsabilidade de cuidar dele é o governador Gladson Cameli. Seria, talvez, interessante saber quem está patrocinando a invasão, porque demonstra ter um grande poder. No dia mesmo em que meu artigo foi publicado, chegaram alguns caminhões entregando madeira e, no dia seguinte, barracos novos e bem firmes sobre grossos esteios foram erguidos. Alguns desses barracos passaram a ser ocupados também à noite, com fios da rede elétrica sendo puxados pela parte de trás do terreno, das ruas do Conjunto Jorge Lavocat. Mas ontem foi feita uma ligação da Estrada Irineu Serra e instalados alguns postes no caminho central, (uma rua, sim, senhores!) entre os lotes demarcados e ocupados.<span class="Apple-converted-space"> </span></span></span></p><p class="p1" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 13px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span class="s1" style="font-kerning: none;"></span><br /></span></p><p class="p2" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span class="s1" style="font-kerning: none;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Não sei se a Energisa, que dizem pertencer ao grupo de empresas da família do governador, está sabendo dessas ligações. Também não sei quem está fornecendo a madeira e o transporte. Só vejo que a invasão não parece ser muito pobrezinha. Deve ter um patrocinador muito interessado em resolver o grave problema do deficit habitacional na capital do Acre. Com o investimento que está fazendo e a rapidez no andamento, imagino como o local estará daqui a 30 ou 40 dias.<span class="Apple-converted-space"> </span></span></span></p><p class="p1" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 13px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span class="s1" style="font-kerning: none;"></span><br /></span></p><p class="p2" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span class="s1" style="font-kerning: none;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Mas fico ainda mais curioso sobre os motivos do sumiço total do poder público no caso. O governo estadual abandona seu patrimônio (nosso patrimônio) e desobedece descaradamente a uma ordem judicial. A Prefeitura não aparece na Area de Proteção Ambiental colada ao terreno invadido nem para olhar a queimada que transformou em cinzas vários hectares em frente, quem sabe como preparação para a continuidade do loteamento no outro lado da estrada. Ontem, o condutor de um carro com propaganda de um candidato a deputado, passando pela APA, simplesmente cortou um ipê na margem da estrada e o transportou para usar na decoração de alguma festa e ainda ofendeu o morador do bairro que o abordou. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente recebeu as fotos da ocorrência, talvez devamos esperar uma ação… depois da eleição?</span></span></p><p class="p1" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 13px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span class="s1" style="font-kerning: none;"></span><br /></span></p><p class="p2" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span class="s1" style="font-kerning: none;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Porque é disso que se trata, comentam as andorinhas: fiscalização, reintegração de posse, multa, essas coisas que impedem ou punem o ilícito, só depois da eleição. Tudo indica que, com o governador dedicado exclusivamente à campanha reeleitoral e com o vice-governador tendo se passado para a oposição, as decisões e ações do Estado foram terceirizadas e o Acre está sendo governado por assessores. E os assessores, principalmente em época eleitoral, tem três problemas: 1) são medrosos, não fazem nada que possa quebrar essa mercadoria frágil que é o voto e ficam apavorados com o uso que os adversários podem fazer de cenas de um despejo; 2) são burros e não sabem fazer o simples cálculo de que cada voto ganho com um invasor pode corresponder a um voto perdido com a comunidade invadida; 3) são ignorantes, pois não conhecem a história do lugar nem sabem o que fazer com ele.<span class="Apple-converted-space"> </span></span></span></p><p class="p1" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 13px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span class="s1" style="font-kerning: none;"></span><br /></span></p><p class="p2" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span class="s1" style="font-kerning: none;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Eu poderia revelar outros adjetivos que me ocorrem para qualificar os “tomadores de decisão” envolvidos no assunto, incluindo o Ministério Público, que deveria enquadrar o governo nos rigores da lei para que cumpra suas responsabilidades e simplesmente faz cara de paisagem como se nada estivesse ocorrendo. Mas não vou dizer nada, porque os adjetivos poderiam ser considerados desaforos e os rigores da lei não faltam para cidadãos sem poder. Vou apenas reproduzir o comentário que ouvi de uma antiga moradora do bairro: “parece que está faltando homem no Acre”. Dito por mim, poderia ser entendido como uma expressão um tanto machista, mas a autora do comentário é uma senhora com mais de 80 anos de idade, que sabe a diferença entre homens e meninos.</span></span></p><p class="p1" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 13px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span class="s1" style="font-kerning: none;"></span><br /></span></p><p class="p2" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span class="s1" style="font-kerning: none;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Vou repetir, sendo mais explícito: os conselheiros políticos do governo são frouxos e burros, o<span class="Apple-converted-space"> </span>governador deveria contrariá-los e fazer o que é certo. Poderia seguir o exemplo de Jorge Viana. Quando era prefeito, Jorge tirou centenas de barracas de comércio que estavam instaladas há mais de dez anos no lugar em que pretendia construir -e de fato construiu- o Terminal Urbano. E quando era governador, tirou outras centenas de barracas instaladas há décadas nos arredores do Mercado Velho, para transformá-lo em cartão postal da cidade. Não me lembro o que diziam seus assessores, naquelas ocasiões, mas não duvido que ele tenha enfrentado os temores e as descrenças de muitos. E não perdeu eleição por isso, deixou a Prefeitura e o governo com altos índices de aprovação e popularidade. Mas uma coisa é você ter um bom plano e fazer o que é preciso para executá-lo; outra coisa é você ter um bom emprego e fazer de tudo para não perdê-lo.</span></span></p><p class="p1" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 13px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span class="s1" style="font-kerning: none;"></span><br /></span></p><p class="p2" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span class="s1" style="font-kerning: none;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Tudo indica que o buraco vai continuar se aprofundando. E eu vou continuar falando, pois é só o que posso fazer.</span></span></p>Antonio Alveshttp://www.blogger.com/profile/02963696256954210024noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8304029598915833968.post-5044164313684271142022-08-31T02:40:00.003-04:002022-08-31T15:47:22.026-04:00<p><span style="font-family: georgia; font-size: large;"> <span style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); -webkit-text-stroke-width: initial;"><span>De quem é esse buraco?</span></span></span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); -webkit-text-stroke-width: initial; font-size: 11px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 13px;"><span style="font-family: georgia;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhlBT84Nvsb74vqwdtkMQg_Ll0RXRrKmMu4cRcs4FuHctqpgRFfDpjr-jE439TJOVPH8-9KJi2K5WeYPLW2DN6O-ZBPVzfOIjOf6Hx09wX_RF5K8F02VKDRcQOH8haCH9T7bc2lGm3K_TPFLU9-hs65fWtqXjKSRtq_7Vp4lbFCTnDXBuq-9R6x9w_/s1024/047ec0a3-d54b-4224-9da3-bbdf799b6f84.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia;"><img border="0" data-original-height="682" data-original-width="1024" height="441" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhlBT84Nvsb74vqwdtkMQg_Ll0RXRrKmMu4cRcs4FuHctqpgRFfDpjr-jE439TJOVPH8-9KJi2K5WeYPLW2DN6O-ZBPVzfOIjOf6Hx09wX_RF5K8F02VKDRcQOH8haCH9T7bc2lGm3K_TPFLU9-hs65fWtqXjKSRtq_7Vp4lbFCTnDXBuq-9R6x9w_/w663-h441/047ec0a3-d54b-4224-9da3-bbdf799b6f84.jpg" width="663" /></span></a></div><span style="font-family: georgia;"><br /></span><p style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); -webkit-text-stroke-width: initial; font-size: 11px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 13px;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></p><p style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); -webkit-text-stroke-width: initial; font-size: 11px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 13px;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); -webkit-text-stroke-width: initial; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-family: georgia; font-size: medium;">No mês passado começou, mais uma vez, a tentativa que se repete, todos os anos, de invadir um terreno aqui na Estrada Irineu Serra. É um terreno de 27 hectares pertencente ao Estado. Fica colado a uma Área de Proteção Ambiental (APA) municipal, que foi decretada pelo prefeito Angelim em 2005 para preservar o único trecho de floresta que ainda resta no perímetro urbano, nas margens do igarapé São Francisco, e o patrimônio histórico e cultural da comunidade de origem do Daime. </span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); -webkit-text-stroke-width: initial; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 13px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); -webkit-text-stroke-width: initial; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-family: georgia; font-kerning: none; font-size: medium;">Desde o início, a comunidade alertou o governo para a importância do local, onde existe a baixada de um antigo açude e não é apropriado para habitação. Afinal, nos arredores já vivem milhares de famílias pobres, sem saneamento, sem posto de saúde, sem segurança, com transporte precário. Colocar mais algumas centenas de famílias no local só pode piorar a situação. Mais adequando é instalar um parque, com área de lazer, uma escola técnica ou a sede da Secretaria de Meio Ambiente, enfim, algo mais de acordo com a importância ambiental e histórica da área e que melhorasse a qualidade de vida e a saúde da população nela residente.</span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); -webkit-text-stroke-width: initial; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 13px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); -webkit-text-stroke-width: initial; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-family: georgia; font-kerning: none; font-size: medium;">Todo ano tem um começo de invasão. Mas os governos passados, embora não encontrassem uma destinação adequada para o terreno, ao menos cuidavam dele. Cada tentativa de invasão durava poucos dias, logo vinha a ordem de desocupar a área. Este ano, entretanto, está sendo diferente. Apareceu uma invasão com assessoria jurídica, demarcação organizada de lotes, espaços reservados para futuras ruas e carros novos estacionados nas proximidades, nada de fuscas ou pampas. A lona dos barracos já está dando lugar à madeira e aparece, aqui e acolá, algum tijolo.</span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); -webkit-text-stroke-width: initial; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 13px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); -webkit-text-stroke-width: initial; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-family: georgia; font-kerning: none; font-size: medium;">A comunidade do Irineu Serra pergunta, escandalizada: cadê o governo, que não cuida do terreno? E olha, que não é um terreno qualquer. Por causa dele, o governador Gladson Cameli brigou com uma ruma de empresários quando anunciou que ali seria instalado um Centro Administrativo, uma obra de 300 milhões, dos quais ele disse já ter 100 milhões e por isso estava publicando o edital de licitação. E no início deste ano, o senador Márcio Bittar anunciou que tinha uma emenda para construção de 470 casas e o local escolhido, adivinhem, era aquele mesmo. O terreno tem um grande buraco, onde ficava a parte mais funda do antigo açude, mas não é um buraco insignificante, tem importância orçamentária federal e estadual. </span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); -webkit-text-stroke-width: initial; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 13px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); -webkit-text-stroke-width: initial; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-family: georgia; font-kerning: none; font-size: medium;">Em Rio Branco, as invasões costumam ser protegidas ou patrocinadas por políticos. Todo mundo lembra da “invasão do Alípio”, patrocinada pelo célebre vereador ativo e operante nos anos 90, que depois foi batizada de Bairro Raimundo Melo para ganhar a proteção do governador, depois senador, Flaviano Melo. Estão aí na cidade bairros com nome de Ilson Ribeiro, Mauri Sérgio e vários outros, oriundos de invasões que buscavam proteção dos homenageados ou de seus amigos que estavam no governo ou na prefeitura.</span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); -webkit-text-stroke-width: initial; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 13px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); -webkit-text-stroke-width: initial; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-family: georgia; font-kerning: none; font-size: medium;">Pensei, então, que a invasão na estrada Irineu Serra poderia ter o patrocínio de algum político importante, que tenha o poder de paralisar o judiciário e a polícia para que deixem as coisas correrem soltas. Afinal, estamos numa campanha eleitoral e ninguém quer perder votos, não é mesmo?</span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); -webkit-text-stroke-width: initial; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 13px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); -webkit-text-stroke-width: initial; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-family: georgia; font-kerning: none; font-size: medium;">Além dos nomes do atual governador e do senador já citados, ambos candidatos na eleição deste ano, quem mais teria interesse em ser bonzinho com os loteadores do terreno, pra não aparecer como “perseguidor” e, quem sabe, até garantir gente para “trabalhar na campanha”, que é como se chama a atividade da indústria eleitoral que reduz o desemprego de dois em dois anos?</span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); -webkit-text-stroke-width: initial; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 13px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); -webkit-text-stroke-width: initial; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-family: georgia; font-kerning: none; font-size: medium;">Pensei no prefeito Bocalon, que instalou uma tenda no local no Dia do Meio Ambiente, plantou árvores na estrada e fez discurso ecológico. Nos últimos meses, a Prefeitura, que é responsável pela gestão da Área de Proteção Ambiental, simplesmente desapareceu. Ninguém dá as caras, nem sequer manda um áudio para o grupo de whattsapp do Conselho da APA. O secretário de Meio Ambiente, Normando Sales, afastou a funcionária que atendia à comunidade e sumiu no trecho, não faz contato nem por telefone. Estarão eles, prefeito e secretário, muito ocupados com a campanha de seu padrinho Petecão?</span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); -webkit-text-stroke-width: initial; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 13px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); -webkit-text-stroke-width: initial; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-family: georgia; font-kerning: none; font-size: medium;">Eu poderia incluir o ex-prefeito Marcos Alexandre e o ex-senador Jorge Viana, candidatos ao governo, na lista de possíveis patrocinadores da invasão, mas não tenho qualquer indício de que estejam metidos nisso. O partido deles, sabemos, há muito tempo saiu do ramo de ocupação de terrenos. E o ex-prefeito, que deu grande apoio à APA na sua gestão, não ocupava um cargo na assessoria do poder Judiciário assim tão importante, que pudesse paralisar a ação de despejo que o juiz, afinal, emitiu. </span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); -webkit-text-stroke-width: initial; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 13px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); -webkit-text-stroke-width: initial; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-family: georgia; font-kerning: none; font-size: medium;">O Ministério Público? Difícil dizer. Tem legalmente o poder, que raramente usa, de mover ação contra o governo quando este foge de sua responsabilidade na proteção do patrimônio público, o que parece ser o caso. Suponho que o MP esteja acompanhando o assunto, mas com qual empenho e agilidade?</span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); -webkit-text-stroke-width: initial; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 13px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); -webkit-text-stroke-width: initial; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-family: georgia; font-kerning: none; font-size: medium;">Enfim, não sei qual será o nome do futuro bairro, se a coisa prosperar. Conversei com os vizinhos, com a presidente da Associação, estão preocupados porque a situação está seguindo adiante, e certamente sob a proteção de alguém. O último boato que ouvi é de que o governo não tirou os ocupantes da área porque ninguém pode ser despejado no período da pandemia. Ora, isso é um direito de quem mora numa área, não para quem está entrando nela agora. Duvido que exista um decreto permitindo invasões durante a pandemia. </span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); -webkit-text-stroke-width: initial; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 13px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); -webkit-text-stroke-width: initial; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-family: georgia; font-kerning: none; font-size: medium;">E a ação de despejo não é difícil. Afinal, não tem famílias morando na área, com crianças e gatos e cachorros, não tem banheiro nem água nem luz no local. Ficam lá alguns adultos e durante o dia, quando chega a noite vão para o local onde “não moram”. E mesmo que exista lá gente necessitada de terreno e casa, o despejo não precisa ser com a polícia. Serviria até de boa propaganda levar ao local os órgãos de assistência social para atender as reivindicações dos ocupantes e providenciar sua transferência para um local onde possam ficar em segurança. </span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); -webkit-text-stroke-width: initial; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 13px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); -webkit-text-stroke-width: initial; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-family: georgia; font-kerning: none; font-size: medium;">Fiquei cismando, esses dias, enquanto cuido da tosse das crianças, agravada pela imensa queimada que, na semana passada, consumiu boa parte da mata em regeneração no terreno em frente à invasão -este sim, dentro da desprotegida área de proteção. Pensei que talvez a imprensa possa ajudar. Quem sabe aparece um repórter interessado em ganhar o prêmio de um desses concursos que acontecem todo final de ano, com a melhor reportagem investigativa sobre o grave problema do deficit habitacional. Talvez esse intrépido repórter possa descobrir quem, afinal, é o dono daquele buraco e detém o poder de tampá-lo ou aprofundá-lo. </span></p><p style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); -webkit-text-stroke-width: initial; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-family: georgia; font-kerning: none;"><br /></span></p><p style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); -webkit-text-stroke-width: initial; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-family: georgia; font-kerning: none;">.</span></p><p style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); -webkit-text-stroke-width: initial; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-family: georgia; font-kerning: none;"><br /></span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); -webkit-text-stroke-width: initial; font-family: Helvetica; font-size: 11px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 13px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></p>Antonio Alveshttp://www.blogger.com/profile/02963696256954210024noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8304029598915833968.post-7999561600064007452017-08-24T17:54:00.003-04:002017-08-24T18:11:21.131-04:00caissa-me.commudei-me<br />
com a inspiração<br />
e o hálito<br />
da musa ninfa deusa<br />
mãe d'água<br />
da poesia<br />
do amor<br />
que ao deus da guerra seduziu<br />
e fez nascer novas artes e ciências<br />
<br />
cantam omar pessoa borges<br />
grita arrabal<br />
tudo faz duchamp<br />
<br />
eu morro e renasço<br />
em seu colo de sonho<br />
<br />
.<br />
.<br />
.<br />
<a href="http://caissa-me.com/">caissa-me.com</a>Antonio Alveshttp://www.blogger.com/profile/02963696256954210024noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8304029598915833968.post-55631245188227212082012-12-27T15:18:00.001-05:002012-12-27T15:23:02.281-05:00Semedida<div style="text-align: justify;">
Intenso e um tanto estranho esse 2012, que gostei de encerrar com "Política Zero". Tenho lido a coleção de cronicas agora na forma de livro, tentado encontrar algo ali... e conseguindo, graças a Deus. Espero que mais gente encontre núcleos de densidade naqueles textos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Não percebemos as mudanças, elas são sutis. Mas ao final de um tempo olho e vejo tudo mudado. Estranho e intenso ano, esse.</div>
<div style="text-align: justify;">
.</div>
<div style="text-align: justify;">
De uma das crônicas do livro (se me perdoam a auto-citação):</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: xx-small;">.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond, serif; font-size: large; line-height: 115%;"><i>"A mudança sutil começa como uma mudança na própria
sutileza: altera-se a medida de modo que o que sentíamos como leveza agora
sentimos como peso e o que nem sentíamos –por ser etéreo- torna-se levemente
sensível".</i></span></div>
Antonio Alveshttp://www.blogger.com/profile/02963696256954210024noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8304029598915833968.post-19601507674540295952012-12-18T23:55:00.003-05:002012-12-19T00:01:38.092-05:00fiim<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Fiz um livro, o nome dele é "Política Zero". É uma seleção das crônicas que publiquei em 2011 no jornal Página 20, intercaladas com outras mais antigas, dos blogs ou de velhos jornais. São coisas que venho pensando, nos últimos tempos, sobre política. Os textos antigos entram porque são insights, porque permanecem atuais, porque antecipam idéias que se firmariam no futuro ou, simplesmente, porque me agradam. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Diagramei, ilustrei com meus desenhos toscos, imprimi em computador e fiz cópias xerox das páginas. Minha mulher e minha filha vão costurando e colando. Eu mesmo saio às ruas vendendo a quem encontro. Minha sobrinha, meu sobrinho e os amigos prometeram organizar um sarau de lançamento no Casarão. Semana que vem, colocarei algumas dezenas de exemplares na Livraria Nobel. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Transcrevo o parágrafo final do texto de apresentação:</span></div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">"O que espero com tal publicação, além de rios de dinheiro e fama mundial? Sinceramente, espero desencanar de vez da programação mental proporcionada por décadas de política, fechar essa conta em minha vida para poder inventar e descobrir coisas novas, outras formas de viver e pensar. De quebra, quero estimular outras pessoas dispostas a descolar-se das antigas plataformas. Mas fico contente se puder, ao menos, a cada crônica, proporcionar dois minutos de reflexão".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Compre, leia e dê de presente "Política Zero". </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">.</span></div>
Antonio Alveshttp://www.blogger.com/profile/02963696256954210024noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-8304029598915833968.post-29170776399466538622012-11-15T01:04:00.001-05:002012-11-15T01:04:38.170-05:00mote<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="background: white; color: #222222; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">chá com porronca </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">madeira com pano <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">chamego com sono <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: red; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">memória da água <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">gosto de língua <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">cheiro de cangote<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">causo de como</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">dize que home <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">não diz te amo<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Antonio Alveshttp://www.blogger.com/profile/02963696256954210024noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8304029598915833968.post-77911489033955969672012-11-13T13:35:00.000-05:002012-11-13T13:44:12.128-05:00Antes e depois<br />
<div class="MsoNormal" style="background: white; mso-line-height-alt: 6.5pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="color: #5e5e5e;">“</span><i style="color: #5e5e5e;">Eu
atravessei dois estágios diferentes no velho partido. A primeira foi antes de
chegar ao poder, quando os comunistas estavam basicamente realizando uma
revolução agrária. A única maneira de sobreviver e crescer era apelando ao
povo, sobretudo aos camponeses, por apoio. Quando iam a uma vila, tinham de
buscar água, varrer o chão, para mostrarem que eram um tipo diferente de
partido.</i><br />
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;">
<span style="color: #5e5e5e; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><i><br /></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;">
<i><span style="color: #5e5e5e; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Agora,
eles não têm de pleitear apoio. A Constituição afirma que eles são o partido no
poder, que você tem de seguir a sua liderança. Então, de servos, eles se
tornaram os senhores do povo</span></i><span style="color: #5e5e5e; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;">
<span style="color: #5e5e5e; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;">
<span style="color: #5e5e5e; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">A declaração (está na Folha online) é
de Sidney Rittemberg, hoje com 92 anos, norte-americano admitido por Mao
Tsé-tung no Partido Comunista Chinês em 1945. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;">
<span style="color: #5e5e5e; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;">
<span style="color: #5e5e5e; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Na China tudo é tão diferente...<o:p></o:p></span></div>
<br />
<br />
<br />
<br /></div>
Antonio Alveshttp://www.blogger.com/profile/02963696256954210024noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8304029598915833968.post-81317987796004614862012-10-19T18:12:00.002-04:002012-10-19T18:20:07.198-04:00Idiomas.<br />
<div class="MsoNormal">
Conversávamos sobre os antigos, suas histórias. Lembrei do que
Raimundo Gomes me disse: “eu escovitei muito a vida do Padrinho Irineu, pra
aprender de tudo”. Marina, mineira, perguntou o que é escovitar. É o mesmo que
escacaviar, respondi acreanamente. E ela, ainda mais mineira: “ah, sei”. Com
uma cara linda de quem sabia mesmo.</div>
<div class="MsoNormal">
.</div>
Antonio Alveshttp://www.blogger.com/profile/02963696256954210024noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8304029598915833968.post-1505265178742875262012-10-18T01:13:00.000-04:002012-10-18T16:30:27.665-04:00elipses.<br />
Madrugada silenciosa no açude, ao céu estrelado.<br />
Águas cálidas em meu peito, o Sete Estrelas sobre a fronte.<br />
Quem me andava disperso, agora retoma o Oriente.<br />
Ensino-me. Recito versos íntimos<br />
deste catecismo poético que a Mãe escreve em seu corpo.<br />
Água cura. Estrelas contam sabedorias.<br />
.<br />
Jorrariam as palavras, líquidas e certas,<br />
não fosse o silêncio a mais respeitosa reverência.<br />
Acaricio cicatrizes de antigas guerras até que desapareçam<br />
da memória da pele.<br />
.<br />
Desde a terra, subo lentamente e já não me alcanço.<br />
.Antonio Alveshttp://www.blogger.com/profile/02963696256954210024noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8304029598915833968.post-58055504439214382202012-09-25T03:28:00.001-04:002012-09-25T03:31:30.823-04:00quem se astreve?<span style="font-size: large;">Eduardo Viveiros de Castro: </span><br />
<span style="font-size: large;">“Outros valores, além do frenesi de consumo”</span><br />
<br />
Entrevista a Júlia Magalhães (Em racismoambiental.net.br)<br />
<br />
<strong>Qual é sua percepção sobre a participação política do brasileiro?</strong><br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Preferiria começar por uma desgeneralização: vejo a sociedade brasileira como profundamente dividida no que concerne à sua visão do país e do futuro. A ideia de que existe um Brasil, no sentido não-trivial das ideias de unidade e de brasilidade, parece-me uma ilusão politicamente conveniente (sobretudo para os dominantes) mas antropologicamente equivocada. Existem no mínimo dois, e, a meu ver, bem mais Brasis. O conceito geopolítico de Estado-nação unificado não é descritivo, mas prescritivo. Há fraturas profunda na sociedade brasileira. Há setores da população com uma vocação conservadora imensa; eles não integram necessariamente uma classe específica, embora as chamadas “classes médias”, ascendentes ou descendentes, estejam bem representadas ali. Grande parte da chamada sociedade brasileira — a maioria, infelizmente, temo — se sentiria muito satisfeita sob um regime autoritário, sobretudo se conduzido mediaticamente pela autoridade paternal de uma personalidade forte. Mas isso é uma daquelas coisas que a minoria libertária que existe no país, ou mesmo uma certa medioria “progressista”, prefere manter envolta em um silêncio embaraçado. Repete-se a todo e a qualquer propósito que o povo brasileiro é democrático, “cordial”, amante da liberdade, da igualdade e da fraternidade – o que me parece uma ilusão muito perigosa. É assim que vejo a “participação política do povo brasileiro”: fraturada, dividida, polarizada, uma polarização que não está necessariamente em harmonia com as divisões politicas oficiais (partidos etc.). O Brasil permanece uma sociedade visceralmente escravocrata, renitentemente racista, e moralmente covarde. Enquanto não acertarmos contas com esse inconsciente, não iremos “para a frente”. Em outros momentos, é claro, soluços insurreicionais esporádicos, e uma certa indiferença pragmática em relação aos poderes constituídos, que se testemunha sobretudo entre os mais pobres, ou os mais alheios ao teatro montado pelo andar de cima, inspiram modestas utopias e moderados otimismos por parte daqueles que a historia colocou na confortável posição de “pensar o Brasil”. Nós, em suma.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>O que é preciso para mudar isso?</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Falar, resistir, insistir, olhar por cima do imediato – e, evidentemente, educar. Mas não “educar o povo”, como se a elite fosse muito educada e devêssemos (e pudéssemos) trazer o povo para um nível superior; mas sim criar as condições para que o povo se eduque e acabe educando a elite, quem sabe até livrando-se dela. A paisagem educacional do Brasil de hoje é a de uma terra devastada, um deserto. E não vejo nenhuma iniciativa consistente para tentar cultivar esse deserto. Pelo contrário: chego a ter pesadelos conspiratórios de que não interessa ao projeto de poder em curso modificar realmente a paisagem educacional do Brasil: domesticar a força de trabalho, se é que é isso mesmo que se está sinceramente tentando (ou planejando), não é de forma alguma a mesma coisa que educar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Isto é só um pesadelo, decerto: não é assim, não pode ser assim, espero que não seja assim. Mas fato é que não se vê uma iniciativa de modificar a situação. Vê-se é a inauguração bombástica de dezenas de universidades sem a mínima infra-estrutura física (para não falar de boas bibliotecas, luxo quase impensável no Brasil), enquanto o ensino fundamental e médio permanecem grotescamente inadequados, com seus professores recebendo uma miséria, com as greves de docentes universitários reprimidas como se eles fossem bandidos. A “falta” de instrução — que é uma forma muito particular e perversa de instrução imposta de cima para baixo — é talvez o principal fator responsável pelo conservadorismo reacionário de boa parte da sociedade brasileira. Em suma, é urgente uma reforma radical na educação brasileira.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
“A floresta e a escola”, sonhava Oswald de Andrade. Infelizmente, parece que deixaremos de ter uma e ainda não teremos a outra. Pois sem escola, aí é que não sobrará floresta mesmo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Por onde começaria a reforma na educação?</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Começaria por baixo, é lógico, no ensino fundamental – que continua entregue às moscas. O ensino público teria de ter uma política unificada, voltada para uma – com perdão da expressão – “revolução cultural”. Não adianta redistribuir renda (ou melhor, aumentar a quantidade de migalhas que caem da mesa cada vez mais farta dos ricos) apenas para comprar televisão e ficar vendo o BBB e porcarias do mesmo quilate, se não redistribuímos cultura, educação, ciência e sabedoria; se não damos ao povo condições de criar cultura em lugar de apenas consumir aquela produzida “para” ele. Está havendo uma melhora do nível de vida dos mais pobres, e talvez também da velha classe média – melhora que vai durar o tempo que a China continuar comprando do Brasil e não tiver acabado de comprar a África. Apesar dessa melhora no chamado nível de vida, não vejo melhora na qualidade efetiva de vida, da vida cultural ou espiritual, se me permitem a palavra arcaica. Ao contrário. Mas será que é preciso mesmo destruir as forças vivas, naturais e culturais, do povo, ou melhor, dos povos brasileiros para construir uma sociedade economicamente mais justa? Duvido.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Nesse cenário, quais os temas capazes de mobilizar a sociedade brasileira, hoje?</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Vejo a “sociedade brasileira” imantada, pelo menos no plano de sua auto-representação normativa por via da midia, por um ufanismo oco, um orgulho besta, como se o mundo (desta vez, enfim) se curvasse ao Brasil. Copa, Olimpíadas… Não vejo mobilização sobre temas urgentíssimos, como esses da educação e da redefinição de nossa relação com a terra, isto é, com aquilo que está por baixo do território. Natureza e Cultura, em suma, que hoje não apenas se acham mediadas, mediatizadas pelo Mercado, mas mediocrizadas por ele. O Estado se aliou ao Mercado, contra a Natureza e contra a Cultura.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Esses temas ainda não mobilizam?</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Existe alguma preocupação da opinião pública com a questão ambiental, um pouco maior do que com a educacional – o que não deixa de ser para se lamentar, pois as duas vão juntas. Mas tudo me parece “too little, too late”: muito pouco, e muito tarde. Está demorando tempo demais para se espalhar a consciência ambiental, o sentido de urgência absoluta que a situação do planeta impõe a todos nós. Essa inércia se traduz em pouca pressão sobre os governos, as corporações, as empresas – estas investindo cada vez mais na historia da carochinha do “capitalismo verde”. E pouca pressão sobre a grande imprensa, suspeitamente lacônica, distraída e incompetente quando se trata da questão das mudanças climáticas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não se vê a sociedade realmente mobilizada, por exemplo, por Belo Monte, uma monstruosidade provada e comprovada, mas que tem o apoio desinformado (é o que se infere) de porções significativas da população do Sul e Sudeste, para onde irá boa parte da energia que não for vendida a preço de banana paras as multinacionais do alumínio fazerem latinha de sakê, no baixo Amazonas, para o mercado asiático. Faz falta um discurso politico mais agressivo em relação à questão ambiental. É preciso sobretudo falar aos povos, chamar a atenção de que saneamento básico é um problema ambiental, dengue é problema ambiental, lixão é problema ambiental. Não é possível separar desmatamento de dengue e de saneamento básico. É preciso convencer a população mais pobre de que melhorar as condições ambientais é garantir as condições de existência das pessoas. Mas a esquerda tradicional, como se está comprovando, mostra-se completamente despreparada para articular um discurso sobre a questão ambiental. Quando suas cabeças mais pensantes falam, tem-se a sensação de que estão apenas “correndo atrás”, tentando desajeitadamente capturar e reduzir ao já-conhecido um tema novo, um problema muito real que não estava em seu DNA ideológico e filosófico. Isso quando ela, a esquerda, não se alinha com o insustentável projeto ecocida do capitalismo, revelando assim sua comum origem com este último, lá nas brumas e trevas da metafísica antropocêntrica do Cristianismo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Enquanto acharmos que melhorar a vida das pessoas é dar-lhes mais dinheiro para comprarem uma televisão, em vez de melhorar o saneamento, o abastecimento de água, a saúde e a educação fundamental, não vai dar. Você ouve o governo falando que a solução é consumir mais, mas não vê qualquer ênfase nesses aspectos literalmente fundamentais da vida humana nas condições dominantes no presente século.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não se diga, por suposto, que os mais favorecidos pensem melhor e vejam mais longe que os mais pobres. Nada mais idiota do que esses Land Rovers que a gente vê a torto e a direito em São Paulo ou no Rio, rodando com plásticos do Greenpeace e slogans “ecológicos” colados nos pára-brisas. Gente refestelada nessas banheiras 4×4 que atravancam as ruas e bebem o venenoso óleo diesel, gente que acha que “contato com a natureza” é fazer rally no Pantanal…</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É uma situação difícil: falta instrução básica, falta compromisso da midia, falta agressividade política no tratar da questão do ambiente — isso quando se acha que há uma questão ambiental, o que está longe de ser o caso de nossos atuais Responsáveis. Estes mostram, ao contrário e por exemplo, preocupação em formar jovens que dirijam com segurança, e assim ao mesmo tempo mantêm sua aposta firme no futuro do transporte por carro individual numa cidade como São Paulo, em que não cabe nem mais uma agulha. Um governo que não se cansa de arrotar grandeza sobre a quantidade de veiculos produzidos por ano. É um absurdo utilizar os números da produção de veiculos como indicador de prosperidade econômica. Isso é uma proposta podre, uma visão tacanha, um projeto burro de país.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Você está dizendo que muitos apelos ao consumo vêm do próprio governo. Mas também há um apelo muito grande que vem do mercado. Como você avalia isso?</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O Brasil é um país capitalista periférico. O capitalismo industrial-financeiro é considerado por quase todo mundo hoje como uma evidência necessária, o modo incontornável de um sistema social sobreviver no mundo de hoje. Entendo, ao contrário de alguns companheiros de viagem, que o capitalismo sustentável é uma contradição em termos, e que se nossa presente forma de vida econômica é realmente necessária, então logo nossa forma de vida biológica, isto é, a espécie humana, vai-se mostrar desnecessária. A Terra vai favorecer outras alternativas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A ideia de crescimento negativo, ou de objeção ao crescimento, a ética da suficiência são contraditórias com a lógica do capital. O capitalismo depende do crescimento contínuo. A ideia manutenção de um determinado patamar de equilíbrio na relação de troca energética com a natureza não cabe na matriz econômica do capitalismo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Esse impasse, queiramos ou não, vai ser “solucionado” pelas condições termodinâmicas do planeta em um período muito mais curto do que imaginávamos. As pessoas fingem não saber o que está acontecendo, preferem não pensar no assunto, mas o fato é que temos que nos preparar para o pior. E o Brasil, ao contrário, está sempre se preparando para o melhor. O otimismo nacional diante de uma situação planetária para lá de inquietante é extremamente perigoso, e a aposta de que vamos nos dar bem dentro do capitalismo é algo ingênua, se é que não é, quem sabe, desesperada.. O Brasil continua sendo um país periférico, uma plantation relativamente high tech que abastece de produtos primários o capitalismo central. Vivemos de exportar nossa terra e nossa água em forma de soja, açúcar, carne, para os países industrializados – e são eles que dão as cartas, controlam o mercado. Estamos bem nesse momento, mas de forma alguma em posição de controlar a economia mundial. Se mudar um pouco para um lado ou para o outro, o Brasil pode simplesmente perder esse lugar à janela onde está sentado hoje. Sem falar, é claro, no fato de que estamos vivendo uma crise econômica mundial que se tornou explosiva em 2008 e está longe de acabar; ninguém sabe onde ela vai parar. O Brasil, nesse momento da crise, está em uma espécie de contrafluxo do tsunami, mas quando a onda quebrar vai molhar muita gente. Essas coisas têm de ser ditas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>E como você avalia a relação dessa realidade macropolítica, macroeconômica, com as realidades do Brasil rural, dos ribeirinhos, dos indígenas?</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O projeto de Brasil que tem a presente coalizão governamental sob o comando do PT é um no qual ribeirinhos, índios, camponeses, quilombolas são vistos como gente atrasada, retardados socioculturais que devem ser conduzidos para um outro estágio. Isso é uma concepção tragicamente equivocada. O PT é visceralmente paulista, seu projeto é uma “paulistanização” do Brasil. Transformar o interior do país numa fantasia country: muita festa do peão boiadeiro, muito carro de tração nas quatro, muita música sertaneja, bota, chapéu, rodeio, boi, eucalipto, gaúcho. E do outro lado cidades gigantescas e impossíveis como São Paulo. O PT vê a Amazônia brasileira como um lugar a se civilizar, a se domesticar, a se rentabilizar, a se capitalizar. Esse é o velho bandeirantismo que tomou conta de vez do projeto nacional, em uma continuidade lamentável entre as geopolítica da ditadura e a do governo atual. Mudaram as condições políticas formais, mas a imagem do que é uma civilização brasileira, do que é uma vida que valha a pena ser vivida, do que é uma sociedade que esteja em sintonia consigo mesma, é muito, muito parecida. Estamos vendo hoje, numa ironia bem dialética, o governo comandado por uma pessoa perseguida e torturada pela ditadura realizando um projeto de sociedade encampado e implementado por essa mesma ditadura: destruição da Amazônia, mecanização, transgenização e agrotoxificação da “lavoura”, migração induzida para as cidades. Por trás de tudo, uma certa ideia de Brasil que o vê, no início do século XXI, como se ele devesse ser o que os Estados Unidos foram no século XX. A imagem que o Brasil tem de si mesmo é, sob vários aspectos, aquela projetada pelos Estados Unidos nos filmes de Hollywood dos anos 50 – muito carro, muita autoestrada, muita geladeira, muita televisão, todo mundo feliz. Quem pagava por tudo isso éramos, entre outros, nós. (Quem nos pagará, agora? A África, mais uma vez? O Haiti? A Bolivia?). Isso sem falarmos na massa de infelicidade bruta gerada por esse modo de vida para seus beneficiários mesmo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É isso que vejo, uma tristeza: cinco séculos de abominação continuam aí. Sarney é um capitão hereditário, como os que vieram de Portugal para saquear e devastar a terra dos índios. O nosso governo dito de esquerda governa com a permissão da oligarquia e dos jagunços destas para governar, ou seja, pode fazer várias coisas desde que a parte do leão continue com ela. Toda vez que o governo ensaia alguma medida que ameace isso,o congresso, eleito sabe-se como, breca, a imprensa derruba, o PMDB sabota.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Há uma série de impasses para os quais não vejo saída, não vejo como sair por dentro do jogo político tradicional, com as presentes regras – vejo mais como sendo possível pelo lado do movimento social. Este está desmobilizado; se não está, o que mais se ouve é que ele está. Mas se não for por via do movimento social, vamos continuar vivendo nesse paraíso subjuntivo, aquele em que um dia tudo vai ficar ótimo. O Brasil é um país dominado politicamente por grandes proprietários e grandes empreiteiros, que não só nunca fez sua reforma agrária, como onde se diz que já não é mais preciso fazê-la.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Você acha que as coisas vão começar a mudar quando chegarem a um limite?</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A crise econômica mundial vai provavelmente pegar o Brasil no contrapé em algum momento próximo. Mas o que vai acontecer com certeza é que o mundo todo vai passar por uma transição ecológica, climática e demográfica muito intensa nos próximos 50 anos, com epidemias, fomes, secas, desastres, guerras, invasões. Estamos vendo as condições climáticas mudarem muito mais aceleradamente do que imaginávamos, e é grande a possibilidade de catástrofes, de quebras de safras, de crises de alimentos. Por ora, hoje, isso está até beneficiando o Brasil. Mas um dia a conta vai chegar. Os climatologistas, os geofísicos, os biólogos e os ecólogos estão profundamente pessimistas quanto ao ritmo, as causas e as consequências da transformação das condições ambientais em que se desenvolve hoje a vida da espécie. Porque haveria eu de estar otimista?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Penso que é preciso insistir que é possível ser feliz sem se deixar hipnotizar por esse frenesi de consumo que a mídia nos impõe. Não sou contra o crescimento econômico no Brasil, não sou idiota a ponto de achar que tudo se resolveria distribuindo a grana do Eike Batista entre os camponeses do semi-árido nordestino ou cortando os subsídios aos clãs político-mafiosos que governam o país. Não que isso não fosse uma boa ideia. Mas sou contra, isso sim, o crescimento da “economia” mundial, e sou a favor de uma redistribuição das taxas de crescimento. Sou também obviamente a favor de que todos possam comprar uma geladeira, e, por que não, uma televisão — mas sou a favor de que isso envolva a máxima implementação das tecnologias solar e eólica. E teria imenso prazer em parar de andar de carro se pudéssemos trocar esse meio absurdo de transporte por soluções mais inteligentes.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>E como você vê o jovem nesse contexto?</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É muito difícil falar de uma geração à qual não se pertence. Na década de 60 tínhamos ideias confusas mas ideais claros, achávamos que podíamos mudar o mundo, e sabíamos que tipo de mundo queríamos. Acho que, no geral, os horizontes utópicos se retraíram enormemente.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Algum movimento recente no Brasil ou no mundo chamou sua atenção?</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No Brasil, a aceleração da difusão do que podemos chamar de cultura agro-sulista, tanto à direita como à esquerda, pelo interior do país. Vejo isso como a consumação do projeto de branqueamento da nacionalidade, esse modo muito peculiar da elite dominante acertar suas contas com o próprio passado (passado?) escravista.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Outra mudança importante foi a consolidação de uma cultura popular ligada ao movimento evangélico. O evangelismo das igrejas universais do reino de Deus e congêneres está evidentemente associado à religião do consumo, aliás.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>E como você vê o surgimento das redes sociais, nesse contexto?</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Isso é uma das poucas coisas com que estou bastante otimista: o relativo e progressivo enfraquecimento do controle total das mídias por cinco ou seis grandes grupos. Esse enfraquecimento está acontecendo com a proliferação das redes sociais, que são a grande novidade na sociedade brasileira e que estão contribuindo para fazer circular um tipo de informação que não tinha trânsito na imprensa oficial, e permitindo formas de mobilização antes impossíveis. Há movimentos inteiramente produzidos dentro das redes sociais, como a marcha contra a homofobia, o churrasco da “gente diferenciada” em Higienópolis, os vários movimentos contra Belo Monte, a mobilização pelas florestas. As redes são nossa saída de emergência para a aliança mortal entre governo e mídia. São um fator de desestabilização, no melhor sentido da palavra, do arranjo de poder dominante. Se alguma grande mudança no cenário político brasileiro vier a acontecer, creio que vai passar por essa mobilização das redes.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Por isso se intensificam as tentativas de controlar essas redes por parte dos poderes constituídos – isso no mundo inteiro. Pelo controle ao acesso ou por instrumentos vergonhosos, como o “projeto” brasileiro de banda larga, que começa pelo reconhecimento de que o serviço será de baixa qualidade. Uma decisão tecnolotica e política antidemocrática e antipopular, equivalente ao que se faz com a educação: impedir que a população tenha acesso pleno à circulação cultural. Parece mesmo, às vezes, que há uma conspiração para impedir que os brasileiros tenham uma educação boa e acesso de qualidade à internet. Essas coisas vão juntas e têm o mesmo efeito, que é o aumento da inteligência social, algo que, pelo jeito, é preciso controlar com muito cuidado.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Você imagina um novo modelo político?</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Um amigo que trabalhava no ministério do Meio Ambiente na época de Marina Silva me criticava dizendo que essa minha conversa de ficar longe do Estado era romântica e absurda, que tínhamos que tomar o poder, sim. Eu respondia que, se tínhamos de tomar o poder, era preciso saber manter o poder depois, e era aí que a coisa pegava. Não tenho um desenho político para o Brasil, não tenho a pretensão de saber o que é melhor para o povo brasileiro em geral e como um todo. Só posso externar minhas preocupações e indignações, e palpitar, de verdade, apenas ali onde me sinto seguro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Penso, de qualquer forma, que se deve insistir na ideia de que o Brasil tem – ou, a essa altura, teria – as condições ecológicas, geográficas, culturais de desenvolver um novo estilo de civilização, um que não seja uma cópia empobrecida do modelo americano e norte-europeu. Poderíamos começar a experimentar, timidamente que fosse, algum tipo de alternativa aos paradigmas tecno-econômicos desenvolvidos na Europa moderna. Mas imagino que, se algum país vai acabar fazendo isso no mundo, será a China. Verdade que os chineses têm 5000 anos de historia cultural praticamente continua, e o que nós temos a oferecer são apenas 500 anos de dominação europeia e uma triste historia de etnocídio, deliberado ou não. Mesmo assim, é indesculpável a falta de inventividade da sociedade brasileira, pelo menos das suas elite políticas e intelectuais, que perderam várias ocasiões de se inspirarem nas soluções socioculturais que os povos brasileiros historicamente ofereceram, e de assim articular as condições de uma civilização brasileira minimamente diferente dos comerciais de TV. Temos de mudar completamente, para começar, a relação secularmente predatória da sociedade nacional com a natureza, com a base físico-biológica da própria nacionalidade. E está na hora de iniciarmos uma relação nova com o consumo, menos ansiosa e mais realista diante da situação de crise atual. A felicidade tem muitos caminhos.</div>
<br />
http://www.outraspalavras.net/2012/09/20/outros-valores-alem-do-frenesi-de-consumo/.<br />
<br />Antonio Alveshttp://www.blogger.com/profile/02963696256954210024noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8304029598915833968.post-87944350355998911702012-07-12T01:58:00.001-04:002012-07-12T02:02:59.934-04:00eternos retornos<span style="font-size: x-large;">Vito Letizia, o Gilberto</span><br />
<br />
<br />
<span style="font-size: x-small;">Revista "'Epoca", 10/07/2012</span> <br />
<strong>Paulo Moreira Leite</strong> <br />
<br />
Conheci Vito Letizia em 1975, num corredor da Faculdade de Ciências Sociais da USP. Na época ele se chamava Gilberto, vivia clandestinamente no país. A faculdade funcionava em barracos improvisados, com paredes de cimento e telhado de amianto. Eram frios no inverno e insuportavelmente quentes no verão.<br />
Não fosse pelos olhos esbugalhados, que lhe davam uma cerca semelhança com o ator ingles Marty Feldman, que fez grande sucesso na comédia de terror “Jovem Frankestein,” Gilberto parecia a ter nascido para entrar e sair de qualquer ambiente sem ser notado. Tinha o cabelo curto, o corpo magérrimo, a pisada leve. Eu mal sabia quem ele era mas sabia o que estava fazendo ali.<br />
<br />
Morto no fim de semana, depois de uma longa luta contra um câncer, Gilberto foi um dos principais dirigentes da Organização Socialista Internacionalista, OSI, um pequeno partido trotskista que fez um trabalho importante na luta contra a ditadura, entre bancários, professores e servidores públicos, mas ficou conhecido pela criação da Liberdade e Luta, a Libelu estudantil.<br />
<br />
Como o próprio Gilberto iria recordar anos depois de deixar a organização, a Libelu foi uma espécie de lenda política daquele anos. Trinta anos depois daquelas reuniões clandestinas, algumas dezenas de militantes que Gilberto orientava e ajudou a formar, que costumavam ouví-lo de modo atencioso e até reverente, como mestre admirado e também temido, pelo tom enérgico de suas intervenções, fariam parte do governo Luiz Inácio Lula da Silva, ocupando postos no ministério e na assessoria direta do presidente.<br />
<br />
Na segunda metade da década de 70, a OSI chegou a reunir mais de 1 000 militantes em células estruturadas, que faziam reuniões semanais e debatiam documentos internos. A atividade mais importante dos militantes era discutir, em toda reunião, as notas de conjuntura que o próprio Gilberto redigia, sintetizando os debates de um pequeno grupo de dirigentes da organização.<br />
<br />
A Libelu tinha uma fama anárquica mas a OSI era uma estrutura dirigida e centralizada, orgulhosa de fazer o possível para seguir os métodos do Partido Bolchevique fundado por Lenin. Os militantes faziam reuniões todas as semanas, defendiam a linha política de forma disciplinada e pagavam uma contribuição financeira proporcional aos rendimentos de cada um. Todos os anos ocorriam Congressos – mesmo na clandestinidade – onde militantes eleitos escolhiam a direção da organização.<br />
<br />
Gilberto deixou de ser um militante profissional muitos anos atrás. Saiu da OSI com os mesmos passos discretos e movimentos quase invisíveis. Preparando-se para a nova vida, prestou concurso de escriturário da Caixa Econômica e foi aprovado. Contava que gostava do serviço. Pouco depois de começar a trabalhar numa mesa onde atendia mutuários que compravam casa própria “eu disse tchau” para a OSI, como me contou em setembro de 2011, sentado numa doceira Holandesa na Vila Buarque, em São Paulo, onde dividimos muitas xícaras de café e suco durante uma hora e meia, na única conversa prolongada desde que nos encontramos pela primeira vez, em 1975.<br />
<br />
Vito Letizia mudaria de trabalho duas vezes. Tornou-se professor numa escola pública da Zona Leste, com a esperança de manter uma atividade junto ao sindicato de professores. Detestou a experiência. Com o bom conhecimento acumulado pela leitura de obras clássicas do marxismo, conseguiu ser considerado – e aprovado – para uma vaga de professor da cadeira Marx 2 na PUC de São Paulo.<br />
<br />
Num passado um pouco mais distante, ainda em Porto Alegre, sua cidade natal, Vito Letizia já era o principal dirigente, ou “doutrinador”, como constaria de sua ficha policial, de um grupo chamado Fração Bolchevique Trotskista. Preso por “atividade subversiva,” ficou três anos na cadeia, sem julgamento. Passou um ano e oito meses numa solitária, sem luz. Conseguia ler romances policiais – à luz de velas. Quando sentou-se no banco dos réus, recebeu uma pena de apenas dois anos. Não recebeu indenização nem pedido de desculpas pelo tempo que lhe furtaram.<br />
<br />
Formado em Ciências Naturais, cadeira que antecedeu a biologia de nossos dias, Vito Letizia sempre foi um homem de longas leituras. Era capaz de ler em cinco línguas. Seu gosto por mapas fez dele um estudioso aplicado de geografia. A professora Miroslava Lima, que tinha 19 anos quando encontrou Vito Letizia pela primeira vez, em Paris, conta que decidiu estudar Geografia por influencia dele. Também recorda que, para divertir-se, Vito Letizia era capaz de fazer desafios como lhe pedir para declamar de cabeça os rios da Russia.<br />
<br />
Na PUC de São Paulo, Vito voltou a exercitar ao menos em parte os velhos hábitos políticos, montando um grupo de estudos que reunia alunos e professores interessados em discutir a obra de Karl Marx nas tardes de sábado. Quando parou de lecionar, retornou a Porto Alegre, onde tinha um apartamento.<br />
<br />
Mesmo distante de todas aquelas pessoas que fizeram parte da OSI, Vito Letizia mostrava um genuíno orgulho na voz ao falar de algumas delas, como Antonio Palocci, que foi ministro da Fazenda do primeiro mandato do governo Lula e também teve um papel importante nos primeiros meses do governo Dilma.<br />
“O Palocci tinha uma liderança popular, que lhe permitiu tornar-se prefeito de uma cidade importante como Ribeirão Preto.” Após uma pausa, ele acrescentou : “Palocci seria o sucessor do Lula e seria o presidente da República. Se não fosse em 2006, teria sido agora, em 2010.” Referindo-se à denuncia do caseiro Francenildo contra Palocci, Vito se dizia convencido de que fizeram uma “armação contra ele. ”<br />
<br />
Aos 74 anos, longe do PT, com uma rápida e pouco comemorada passagem pelo PSOL, Letizia seguia sendo, acima de tudo, um sujeito disciplinado. Recluso, estudioso, parecia possuir uma couraça de alta resistência que protege as próprias convicções. A OSI e a Libelu eram conhecidas por sua inflexibilidade política. Orgulhavam-se de ficar longe daquilo que, na época, com toda simplicidade, chamavam de “pressões da burguesia.” Isso incluía, por exemplo, fazer campanha pelo voto nulo até o momento em que os trabalhadores formaram seu partido, o PT.<br />
<br />
Nos anos iniciais, quando se produziu o DNA da organização, o papel de Vito Letizia era único. Não era o mais brilhante e talvez não fosse o mais rápido para perceber mudanças nas nuvens da política. Mas era mais experiente, mais estudado, aquele que tinha mais clareza em questões de princípio. Dizia que a adesão a organização não era um compromisso ideológico, a ideias e opiniões. Era um compromisso com uma classe social.<br />
<br />
Letizia também era a ligação da organização com um centro trotskista de Paris, comandado por Pierre Lambert, veterano militante da IV Internacional ainda nos tempos da Segunda Guerra Mundial. A parte mais conhecida de sua militância, que durou pouco mais de uma década, começou e terminou em Paris, em torno da organização de Pierre Lambert. Letizia foi para a capital francesa logo depois de sair da prisão, em 1973.<br />
<br />
Conversando naquela confeitaria da Maria Antonia, ele me disse que foi atraído pela presença de quadros que atuavam sob liderança de Lambert em função de sua boa formação teorica, como o historiador Pierre Broué, autor de uma alentada biografia de Leon Trotski, além de outros intelectuais menos conhecidas mas importante em seu meio, como Jean-Jaques Marie e Gerard Bloch.<br />
<br />
No início dos anos 80, enfrentando um certo desgaste interno na organização brasileira, Vito Letizia retornou a Paris. Ali, também ocorriam mudanças e conflitos em torno da linha política. “Naquela época se falava que era preciso dar espaço aos jovens ” lembra, numa entonação de quem só podia sentir-se naturalmente atingido por essas colocações, embora ainda não tivesse chegado aos 50 anos. “Muitas pessoas só estavam preocupadas em fazer carreira na política francesa, de qualquer maneira.” Letizia admite que já estava desgostoso e desanimado quando voltou ao Brasil.<br />
<br />
Deixou a OSI pouco depois. Não tentou promover um racha nem criou uma dissidência. Simplesmente foi embora, como a pessoa que abandona uma atividade que se tornou penosa. Dirigentes da organização contam que chegaram a procurá-lo em casa, duas vezes. Letizia não abriu a porta.<br />
<br />
Muitos anos depois, quando perguntei por divergências políticas daquele tempo, descobri que a passagem dos anos fez surgir diferenças profundas entre o Vito Letizia dos congressos da OSI, onde sempre foi uma das presenças mais importantes, e aquele cidadão que tomava um copo de suco sentado à minha frente. Letizia segue um advogado da revolução e um crítico do capitalismo. Numa palestra para um grupo de 40 antigos militantes, dias antes, ele disse: “Não queremos apenas empregos, não queremos trabalho penoso. Queremos atividade vital como seres humanos, e isso o capitalismo não pode nos dar.”<br />
<br />
Minha lembrança de Gilberto era daquele dirigente duro, e muito inflexível, que chegava a atemorizar o interlocutor quando demonstrava irritação. Parecia perder a paciência quando só queria enfatizar uma ideia. Era um homem de exibir certezas, até porque não se conhece dirigente capaz de organizar jovens combativos em nome de suas muitas dúvidas. Ultimamente ele se definia como 90% marxista e 10% taoista, pensamento que já estudava no tempo da militancia, e que é uma das formas mais libertárias da cultura oriental que se conhece. Seu principal conselho ao jovens é “estudar para parar de ter as mesmas idéias falsas de antes”.<br />
<br />
Vito Letizia era capaz de reconhecer muitos méritos nos principais personagens da revolução socialista. Mas, sem arrogância na voz, sem aquele ar pedante de tantos antigos ex-militantes que se tornaram sabidos de repente, define-se como crítico de todos eles. Como é tão comum nas pessoas que tiveram seu papel na luta contra a ditadura, a crítica envolve a visão anterior de democracia.<br />
<br />
Em Lenin, Letizia condenava o conceito de vanguarda operária, a teoria de que uma revolução deve ser produzida de fora para dentro, a partir de um partido revolucionário, organizado e estruturado. Sua opção, agora, é bem diferente. “Não vamos apontar os obstáculos, o movimento vai apontar. Não vamos nos preocupar em atrair o movimento para nosso lado. Vamos deixar que ele nos atraia.”<br />
<br />
Ele também tornou-se um critico de Leon Trotski, referência de todas as organizações onde atuou. Para o Vito Letizia dos últimos anos, Trotski jamais teve uma compreensão real de que uma sociedade precisa funcionar de modo democrático. Referindo-se a momentos decisivos do confronto contra Stalin e a ditadura stalinista, recorda que Trotski poderia até ter razão no que dizia “mas não entendia que era necessário lutar pela democratização de toda sociedade e não apenas dentro do partido.” Ele também admite que Trotski estava errado no massacre de Kronstadt, episódio da revolução russa que representou a ruptura dos bolcheviques e os anarquistas. Lembrando uma conhecida expressão de Trotski, ele diz que em função de Kronstadt ele não deveria ter dito, no fim da vida, que a “IV Internacional era uma bandeira sem manchas. Tinha manchas sim.”<br />
Perguntei pelo Brasil. Ele não se conformava com o destino da Libelu. “Não entendi por que dissolveram a Libelu. Era um movimento importante. Tinha expressão social. Até o Caetano Veloso falava dela,” argumenta, sorrindo, o que faz raras vezes. Quando é perguntado sobre o papel da OSI, o olhar reage com menos empolgação. Ele considera que a atuação da OSI estava condicionada pelos mesmos limites da atuação do trotskismo em geral.<br />
<br />
A vida de Vito Letizia passou por novas mudanças a partir de abril de 2010, quando ele descobriu um câncer no pâncreas. Tratou-se em Porto Alegre e, após várias sessões de quimioterapia, veio a São Paulo para reencontrar amigos que não via há muito tempo. Em São Paulo sua presença estimulou um reencontro de veteranos libelus. Ele fez uma palestra para o lançamento de um site, Interludium, onde eles procuram manter-se em contato. O site é aberto para contribuições variadas mas, nos primeiros meses, a maioria dos textos eram de autoria do próprio Vito Letizia.<br />
<br />
Durante a palestra, numa pequena sala da Apropuc (Associação de Professores da PUC), Vito Letizia teve direito a um silêncio admirado e respeitoso, como só acontecia nos tempos em que, dentro da OSI, seu prestigio se encontrava no ponto máximo.<br />
<br />
Compreensivelmente, a militância política dos anos da ditadura costuma produzir emoções peculiares na maioria das pessoas. Elas tem uma relação de afeto e especialmente de gratidão em relação aos dirigentes que, pelo exemplo, pela orientação e muitas vezes só pela presença naquelas horas, foram capazesa de ajuda-las a fazer parte de uma história que hoje é motivo de orgulho.<br />
Cristina, antiga militante da OSI que hoje mora numa fazenda no interior da Bahia, conseguiu assistir à palestra de Vito Letizia pelo site. Descobriu, emocionada, que ele mantinha o discurso pausado, de quem fala com calma e com clareza, criando silêncios demorados, com se tentasse facilitar o trabalho de quem pretendia acompanhar a evolução de seu raciocínio. Também ficou feliz de rever aqueles olhos saltados. “Putz, quando percebi estava chorando, lembrando o quanto já viajei naquelas pausas eloquentes do Vito, naquele olhar de tartaruga centenária e nas suas palavras universais, raizes do futuro/uro/uro…”, escreveu Cristina, num email envidado a uma amiga.Antonio Alveshttp://www.blogger.com/profile/02963696256954210024noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8304029598915833968.post-45952745745362566122012-07-05T14:38:00.001-04:002012-07-05T14:42:25.466-04:00Caminante<div style="text-align: justify;">
Faz tempos procuro a chave que abre todas as portas. O que é trancado será remexido. A luz sobre tudo queima a matéria, imprime o selo solar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nas vareda tenho visto: coisa boa, coisa à toa, os bocados. Quando chegam ao cansaço do repetido, uns se amofinam resmungantes, outros se apartam.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Agora nesse ente, o mundo espera.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Passo</div>
<div style="text-align: justify;">
.</div>Antonio Alveshttp://www.blogger.com/profile/02963696256954210024noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8304029598915833968.post-28941713606197644752012-06-25T22:49:00.000-04:002012-06-26T00:20:52.365-04:00Luzes<div style="text-align: justify;">
Queimou a fogueira, eu ainda ardo. O vento ameniza os dias, a vida segue, seja pra onde.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tudo indica que passou o tempo de governanças e militâncias, agora é vizinhar –como se faz nos altos rios- com próximos e distantes. Chega de reunião, bom mesmo é conversar. Política zero.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
As palavras simples que os antigos cantam e o mundo já esquece: firmeza, humildade, atenção, respeito, alegria, fé e amor. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O céu de junho.</div>
<br />Antonio Alveshttp://www.blogger.com/profile/02963696256954210024noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8304029598915833968.post-5469272833559773022012-06-21T16:34:00.002-04:002012-06-21T16:39:32.157-04:00Mais menos<div style="text-align: justify;">
Verão amazônico, simples e esplêndido. A fogueira de São João dorme, quieta, à espera de sua hora. Um súbito ajuntamento de nuvens oferece outras possibilidades ambientais.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Que tais na grande cidade, onde os humanos perdem a chance. Passou o tempo, Babel repete-se ao fim. De longe vejo a tentativa. Há muita ânsia de participar da gritaria, como se alguém fosse ouvir. Ninguém.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Os daqui também querem. Fala-se de uma barragem no rio (eclusas, palavra soturna) e planos habitacionais em aldeias de índio. Esses romanos são loucos, dizia o sábio Obelix.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A principal causa da morte é o enfado. Desimpaciência deste mundo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas por enquanto.</div>
<br />Antonio Alveshttp://www.blogger.com/profile/02963696256954210024noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8304029598915833968.post-77455348310012194222012-06-15T00:00:00.000-04:002012-06-18T00:44:43.324-04:00fonte<br />
<em>Pergunta: É por paixão que fazeis conferências? Não vos cansais de falar? Por que o fazeis?</em><br />
<em></em><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
KRISHNAMURTI: Folgo de terdes feito esta pergunta. Ora, se amais uma pessoa, nunca vos cansais dela –isto é, se amais sem estar buscando nenhum resultado, sem estar desejando algo. Quando amais uma pessoa, não há autopreenchimento e, por conseguinte, nunca há desapontamento, nunca há fim. Por que estou fazendo isto? Isso é o mesmo que perguntar por que a roseira dá rosas, por que o jasmim dá perfume, ou por que a ave voa.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Vede, eu já experimentei <em>não falar</em>, para ver o que acontece se não falo. Isso também dá certo. Entendeis? Se falais porque com isso ganhais alguma coisa –dinheiro, recompensa, sentimento da própria importância- então há cansaço, vosso falar é então destrutivo e nada significa, porque é só autopreenchimento. Mas, se há amor em vosso coração, e vosso coração não está repleto das coisas da mente, ele é então como uma fonte, uma nascente, de onde brota eternamente água fresca.</div>
<br />
(A Cultura e o Problema Humano - Ed. Cultrix)<br />
<br />Antonio Alveshttp://www.blogger.com/profile/02963696256954210024noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8304029598915833968.post-70557734805227400072010-12-06T07:34:00.003-05:002010-12-06T19:29:46.744-05:00dar um tempo<div align="justify">Vou ficar uma temporada sem olhar esta página. Estou vivendo mudanças grandes, que pretendo tornar ainda maiores. Para isso, preciso de algum tempo mais real, menos virtual. Desativarei a caixa de comentários. Os amigos saberão informar meu endereço. Talvez sirva de explicação e deleite os versos atribuídos a San Juan de la Cruz (que adapto livre de traduções várias):<br /><span style="color:#ffffff;">.</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">.</span></div><div align="justify"><span style="font-size:180%;">Pássaro Solitário</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">.</span></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;">Cinco são as condiçoes do pássaro solitário:</span></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;">a primeira, que ele voe ao ponto mais alto;</span></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;">a segunda, que não anseie por companhia -nem de sua própria espécie;</span></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;">a terceira, que dirija seu bico para o céu;</span></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;">a quarta, que não tenha uma cor definida e</span></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;">a quinta, que tenha um canto muito suave.</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">. </span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">.</span></div><div align="justify">Obrigado. Até logo.</div>Antonio Alveshttp://www.blogger.com/profile/02963696256954210024noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8304029598915833968.post-66887494135887820452010-11-12T14:24:00.000-05:002010-11-12T14:25:44.189-05:00ente<!--[if gte mso 9]><xml> <w:worddocument> <w:view>Normal</w:View> <w:zoom>0</w:Zoom> <w:trackmoves/> <w:trackformatting/> <w:hyphenationzone>21</w:HyphenationZone> <w:punctuationkerning/> <w:validateagainstschemas/> <w:saveifxmlinvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> <w:ignoremixedcontent>false</w:IgnoreMixedContent> <w:alwaysshowplaceholdertext>false</w:AlwaysShowPlaceholderText> <w:donotpromoteqf/> <w:lidthemeother>PT-BR</w:LidThemeOther> <w:lidthemeasian>X-NONE</w:LidThemeAsian> <w:lidthemecomplexscript>X-NONE</w:LidThemeComplexScript> <w:compatibility> <w:breakwrappedtables/> <w:snaptogridincell/> <w:wraptextwithpunct/> <w:useasianbreakrules/> <w:dontgrowautofit/> <w:splitpgbreakandparamark/> <w:dontvertaligncellwithsp/> <w:dontbreakconstrainedforcedtables/> <w:dontvertalignintxbx/> <w:word11kerningpairs/> <w:cachedcolbalance/> </w:Compatibility> <w:browserlevel>MicrosoftInternetExplorer4</w:BrowserLevel> <m:mathpr> <m:mathfont val="Cambria Math"> <m:brkbin val="before"> <m:brkbinsub val="--"> <m:smallfrac val="off"> <m:dispdef/> <m:lmargin val="0"> <m:rmargin val="0"> <m:defjc val="centerGroup"> <m:wrapindent val="1440"> <m:intlim val="subSup"> <m:narylim val="undOvr"> </m:mathPr></w:WordDocument> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml> <w:latentstyles deflockedstate="false" defunhidewhenused="true" defsemihidden="true" defqformat="false" defpriority="99" latentstylecount="267"> <w:lsdexception locked="false" priority="0" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Normal"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="heading 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 7"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 8"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 9"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 7"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 8"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 9"> <w:lsdexception locked="false" priority="35" qformat="true" name="caption"> <w:lsdexception locked="false" priority="10" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Title"> <w:lsdexception locked="false" priority="1" name="Default Paragraph Font"> <w:lsdexception locked="false" priority="11" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Subtitle"> <w:lsdexception locked="false" priority="22" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Strong"> <w:lsdexception locked="false" priority="20" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Emphasis"> <w:lsdexception locked="false" priority="59" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Table Grid"> <w:lsdexception locked="false" unhidewhenused="false" name="Placeholder Text"> <w:lsdexception locked="false" priority="1" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="No Spacing"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" unhidewhenused="false" name="Revision"> <w:lsdexception locked="false" priority="34" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="List Paragraph"> <w:lsdexception locked="false" priority="29" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Quote"> <w:lsdexception locked="false" priority="30" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Intense Quote"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="19" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Subtle Emphasis"> <w:lsdexception locked="false" priority="21" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Intense Emphasis"> <w:lsdexception locked="false" priority="31" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Subtle Reference"> <w:lsdexception locked="false" priority="32" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Intense Reference"> <w:lsdexception locked="false" priority="33" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Book Title"> <w:lsdexception locked="false" priority="37" name="Bibliography"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" qformat="true" name="TOC Heading"> </w:LatentStyles> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 10]> <style> /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable {mso-style-name:"Tabela normal"; mso-tstyle-rowband-size:0; mso-tstyle-colband-size:0; mso-style-noshow:yes; mso-style-priority:99; mso-style-qformat:yes; mso-style-parent:""; mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; mso-para-margin-top:0cm; mso-para-margin-right:0cm; mso-para-margin-bottom:10.0pt; mso-para-margin-left:0cm; line-height:115%; mso-pagination:widow-orphan; font-size:11.0pt; font-family:"Calibri","sans-serif"; mso-ascii-font-family:Calibri; mso-ascii-theme-font:minor-latin; mso-fareast-font-family:"Times New Roman"; mso-fareast-theme-font:minor-fareast; mso-hansi-font-family:Calibri; mso-hansi-theme-font:minor-latin;} </style> <![endif]--> <p class="MsoNormal">Faria eu uma coisa assim: deixar que a chuva caísse, o igarapé levasse, fosse bater no rio e eu fumando porronca na varanda maginando mar. Vida não quer e me dá trabalho. Aguento, tenho que aguentar. Vida manda. </p> <p class="MsoNormal">Coisa é um ano, um número, 2010, tudo que nele cabe e o que se traz de antes ou empurra pra depois. Vou pensar, quem sabe até digo. Meu bisaco cheio –não de dinheiro-, sou aprendiz de quase tudo.</p> <p class="MsoNormal">Preparo a posse de minhas renúncias. </p>Antonio Alveshttp://www.blogger.com/profile/02963696256954210024noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-8304029598915833968.post-48777378312377372422010-10-25T16:14:00.002-04:002010-10-25T16:17:47.377-04:00Versinho (para Mag e NN)triangulo:<br />ele dilma<br />ela serra<br />eu nulo.Antonio Alveshttp://www.blogger.com/profile/02963696256954210024noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-8304029598915833968.post-583747829208778202010-10-07T00:12:00.000-04:002010-10-08T22:12:41.540-04:00entreguerras<p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-family:georgia;">.</span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-family:georgia;">Hoje bateu cansaço.</span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-family:georgia;">.</span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-family:georgia;">Foi intenso: mexeu com sonhos adormecidos, mobilizou forças que pareciam esgotadas, fez reviver emoções quase esquecidas. Renovou um contrato que eu já julgava rompido, refez um compromisso que eu pensava extinto. Assim, buscando na memória da alma o que há de valor no passado, atualizou o presente, projetou um futuro. Mudou tudo.</span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-family:georgia;">.</span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-family:georgia;">Quem fez isso? Uma força, aquela que sustenta essa pessoa indescritível, Marina, e move tudo e todos que estão ao redor, perto ou longe. Uma necessidade, a de recompor-se com o mundo, dar-lhe e dar-se nele algum trabalho enquanto existimos, ele e eu. Um amor, que afinal ainda não morreu, por estes seres tão humanos com quem compartilho a vida. E o desconhecido inexplicável tempo, quando chega –e chegou.</span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-family:georgia;">.</span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-family:georgia;">Mas hoje olhei as ruas desta grande cidade, a pressa de sua gente, seu inigualável e intrincado mecanismo, e senti uma súbita ausência de barro e raízes. Meu olhar buscou em vão um chão com folhas e formigas. Meus pés desejaram caminhos conhecidos, em que eu possa andar olhando para o céu. </span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-family:georgia;">.</span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-family:georgia;">Voltar à base, pensei. Meditar, mastigar, deitar na velha rede o novo tempo vivido, a nova batalha lutada, as novas lições aprendidas.</span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-family:georgia;">.</span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-family:georgia;">Levar a mudança pra casa. Dormir com ela. Com ela acordar. <span style="mso-spacerun: yes"></span></span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" /><o:p><span style="font-family:georgia;">.</span></o:p></p>Antonio Alveshttp://www.blogger.com/profile/02963696256954210024noreply@blogger.com15tag:blogger.com,1999:blog-8304029598915833968.post-3027500059525651672010-09-12T18:35:00.003-04:002010-09-14T23:56:41.083-04:00Primeiro turno<div align="justify">Linda cidade, São Paulo, apesar dela mesma. É certo que Marina vai dar um jeito, embora eu desconfie de que vai ser um trabalho bem demorado. Os dias estão limpos, com o sol recortando os edifícios contra um céu quase azul. Terei tempo de ver ao menos um filme -quem sabe este A Origem, cujo personagem central tem a profissão que sempre desejei, espião de sonhos- ou exposição de arte ou os poemas de Pessoa no Museu da Língua ou qualquer uma dessas tantas coisas interessantes que acontecem num universo paralelo ao da campanha eleitoral?<br />.<br />Por enquanto, assim: saudade e lembrança de um Acre quente e enfumaçado, imagens de um mundo orgânico ressecando antes de se decompor, um cansaço discreto e descansado, sonhos com sereias e monstros, calma no olho do furacão, mágicas no metrô, conversas civilizadas, canções na alma.<br />.<br />Vejo minha Terra neste final de semana, em que vou cantar parabéns para D. Nenem no seu centésimo aniversário. Depois, de volta à selva de pedra.<br />.<br />Em busca de um segundo turno.</div><div align="justify">.</div>Antonio Alveshttp://www.blogger.com/profile/02963696256954210024noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-8304029598915833968.post-88571374304651911022010-08-16T03:26:00.002-04:002010-09-03T01:30:58.720-04:00Sede sem sede<div align="justify">Meia noite, meio dia, o tempo de ver a Terra. Com o alívio de duas chuvas, a grama verde desponta por baixo do tapete de folhas secas pintado de amarelo, aqui e acolá, pelas flores que caem dos ipês. Mas o tempo é quente e ainda há fumaça encobrindo o céu. O açude pela metade. Os cajueiros entre flor e fruto, não sei se indo ou voltando, os passarinhos não respondem. E o ipê velho, no alto da Terra, domina e amplia a paisagem com sua luz de ouro que só se mostra nas grandes secas -como esta, como aqueloutra. A cacimba é boa e dá água limpa.</div><div align="justify">.</div><div align="justify">Seco está o coração desse povo que encontro na cidade, com medo do olhar dos outros, com medo de seu próprio olhar. Marina é a medida de um esforço pela sanidade, é a parte que escapa do auto-engano, indulgência, oportunismo, hipocrisia, cinismo, todas as moedas em circulação no mercado da política. Os outros candidatos são bonecos, os que fazem campanha para eles também. Todo mundo sabe disso, mas a maioria busca na vitória eleitoral uma compensação para a derrota moral.</div><div align="justify">.</div><div align="justify">Peçam-me água. Não me peçam voto.</div>Antonio Alveshttp://www.blogger.com/profile/02963696256954210024noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-8304029598915833968.post-83471797722824208962010-08-16T03:26:00.001-04:002010-08-22T23:42:53.960-04:00Que só quando cruza a Ipiranga<div align="justify">Cansaço. A esta cidade tão grande cheguei após alguns dissabores: um avião que não sai de Rio Branco por causa da fumaça das queimadas, um pneu furado e um posto de gasolina fechado à meia noite na estrada de Porto Velho, outro embarque perdido, um hotel de pulgas, um vôo até Cuiabá, comida de aeroporto, outro vôo até chegar a esse trânsito confortável e a essa sequência tão agradável de reuniões. Mas não estou reclamando, Marina. Eu disse que podias desarrumar a vida velha, então taca ficha.</div><div align="justify">.</div><div align="justify">Queria ter tempo e dinheiro para ir ao teatro, dar um passeio no Ibirapuera, ver um filme, comprar o Livro Vermelho do Jung que vi numa livraria da Paulista. Talvez na próxima, quem sabe. A cidade vai estar aqui, vai levar ainda muito tempo pra se desfazer, imagino. Uma boa cidade, São Paulo, não pra morar, é claro, mas pra escapar por uns dias, coisa que aprendi nos idos setentas quando a barra pesava em Brasília. Agora a barra pesa no Acre, no seco e fumacento verão eleitoral. </div><div align="justify">.</div><div align="justify">Imagino a Terra na secura, as plantas morrendo de sede, o açude só a poça, nem duvido que o velho ipê tenha florado e desflorado. E eu no mundo.</div><div align="justify">.</div><div align="justify">Em tudo por tudo, fico contente quando pergunto no taxi, na banca de jornal, no restaurante da esquina, em toda parte, e as pessoas me dizem que vão votar na Marina -em minha pesquisa sem qualquer rigor científico ela vai muitíssimo bem, obrigado, e nem dou bola para ibopes.</div><div align="justify">.</div><div align="justify">Cansa um pouco, porém. Preciso dormir, amanhã tem mais. E por esses dias volto para ajudar os conterrâneos a soprar fumaça.</div><div align="justify">.</div>Antonio Alveshttp://www.blogger.com/profile/02963696256954210024noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-8304029598915833968.post-31300014741887813332010-08-16T02:12:00.002-04:002010-08-16T03:25:48.218-04:00Em trânsito<p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="FONT-FAMILY: Georgia">Marina, assim você me desarruma a vida. Além dessas viagens madrugada adentro e do trânsito fascinante de Sampaulo, tenho o desgosto de verificar que ninguém toma conta do Acre na minha ausência e a coisa fica uma bagunça. Fumaça de cortar com o terçado, já dava pra ver -pra não ver, aliás- do avião. Acho que o pessoal ouviu dizer que o "novo código" vai dar anistia pra incendiário. Um montão de coisa pra fazer, tudo pra lá de atrasado, duas moedas de 5 centavos no bolso, dívidas e dúvidas multiplicadas, as plantas morrendo de sede, caçadores invadindo a Terra atrás das capivaras... ah, se eu fizer a lista você vai ficar com dó. Pra completar, perdi a chave de casa -e talvez fosse melhor nem ter entrado pra não ver esse acúmulo histórico de desarrumações agora agravado pela mala desfeita às pressas.<?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" /><o:p></o:p></span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="FONT-FAMILY: Georgia">.<o:p></o:p></span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="FONT-FAMILY: Georgia">Mas valeu a pena. Deu gosto te ver cada vez mais elegante e afiada, estrela brilhando no céu do Brasil, arrastão de esperança, superação permanente, professora do essencial, cuidando do que importa. Pela calma que conquistas a cada instante de tempestade, pelo brilho no olhar, pela busca da palavra, por alguns milhões de sonhos, pela real realidade, por tanto aprendizado, pela grandeza da alma, por tudo e mais alguma coisa, valeu e segue valendo entrar no movimento sem pré-ocupações ou cálculos de resultados. Ah, eu não perderia por nada no mundo.<o:p></o:p></span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="FONT-FAMILY: Georgia">.<o:p></o:p></span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="FONT-FAMILY: Georgia">Além do mais, até mesmo um pai ausente tem presente que espera: o menino me deu um sapato novo e macio para bailar, a menina vai me dar trinta dias de serviço como assistente de cronista. Um luxo desmerecido, pois não. E com amor renovado se faz tudo no maior gosto, espanta-se o atraso.<o:p></o:p></span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="FONT-FAMILY: Georgia">.<o:p></o:p></span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="FONT-FAMILY: Georgia">Marina, dia desses vou de novo -nem precisa chamar. Pego a estrada, sigo o impulso, confio na harmonia que há de nascer em teu ritmo. Quero mesmo é vida nova.<o:p></o:p></span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="FONT-FAMILY: Georgia">.<o:p></o:p></span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="FONT-FAMILY: Georgia">A vida velha, nem ligue. Bote pra desarrumar.<o:p></o:p></span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><o:p><span style="font-family:Times New Roman;"> </span></o:p></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><o:p><span style="font-family:Times New Roman;"> </span></o:p></p>Antonio Alveshttp://www.blogger.com/profile/02963696256954210024noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-8304029598915833968.post-83913433385804361832010-07-12T17:26:00.006-04:002010-08-02T01:53:23.801-04:00Em breve, no ar<div align="justify">O mundo tem prazo de validade, data irrevogável para o fim, ou existem outros motivos e intenções ocultas para tanta ansiedade e pressa? Eu deveria correr para pegar esse trem, mas, sabe, eu não faço fé nessa minha loucura e digo: por que tomaria os ilusórios trilhos da loucura alheia? Bastam-me os ecos desta canção. E o mundo, ah, o mundo não vale um beijo partido.</div><div align="justify"></div><div align="justify">Parece, entretanto, que há possibilidade de que as flores brotem no terreno mais árido. Por isso, sairei às ruas pedindo que votem em Marina. Poderia até encontrar argumentos sólidos e consistentes como tijolos, mas fico, por enquanto, com essa leveza: em nome de uma lucidez semelhante ao vento.</div><div align="justify"></div><div align="justify">Com as palavras que ele me soprar, farei crônicas. Poesia. Música. Quem sabe...</div>Antonio Alveshttp://www.blogger.com/profile/02963696256954210024noreply@blogger.com4