25 junho 2012

Luzes

Queimou a fogueira, eu ainda ardo. O vento ameniza os dias, a vida segue, seja pra onde.

Tudo indica que passou o tempo de governanças e militâncias, agora é vizinhar –como se faz nos altos rios- com próximos e distantes. Chega de reunião, bom mesmo é conversar. Política zero.

As palavras simples que os antigos cantam e o mundo já esquece: firmeza, humildade, atenção, respeito, alegria, fé e amor.

O céu de junho.

21 junho 2012

Mais menos

Verão amazônico, simples e esplêndido. A fogueira de São João dorme, quieta, à espera de sua hora. Um súbito ajuntamento de nuvens oferece outras possibilidades ambientais.

Que tais na grande cidade, onde os humanos perdem a chance. Passou o tempo, Babel repete-se ao fim. De longe vejo a tentativa. Há muita ânsia de participar da gritaria, como se alguém fosse ouvir. Ninguém.

Os daqui também querem. Fala-se de uma barragem no rio (eclusas, palavra soturna) e planos habitacionais em aldeias de índio. Esses romanos são loucos, dizia o sábio Obelix.

A principal causa da morte é o enfado. Desimpaciência deste mundo.

Mas por enquanto.

15 junho 2012

fonte


Pergunta: É por paixão que fazeis conferências? Não vos cansais de falar? Por que o fazeis?


KRISHNAMURTI: Folgo de terdes feito esta pergunta. Ora, se amais uma pessoa, nunca vos cansais dela –isto é, se amais sem estar buscando nenhum resultado, sem estar desejando algo. Quando amais uma pessoa, não há autopreenchimento e, por conseguinte, nunca há desapontamento, nunca há fim. Por que estou fazendo isto? Isso é o mesmo que perguntar por que a roseira dá rosas, por que o jasmim dá perfume, ou por que a ave voa.

Vede, eu já experimentei não falar, para ver o que acontece se não falo. Isso também dá certo. Entendeis? Se falais porque com isso ganhais alguma coisa –dinheiro, recompensa, sentimento da própria importância- então há cansaço, vosso falar é então destrutivo e nada significa, porque é só autopreenchimento. Mas, se há amor em vosso coração, e vosso coração não está repleto das coisas da mente, ele é então como uma fonte, uma nascente, de onde brota eternamente água fresca.

(A Cultura e o Problema Humano - Ed. Cultrix)